Conhecendo o Viaduto 13 - O mais alto da América
O V13 faz parte de uma série de viadutos construídos na década de 70, pelo Exército Brasileiro, aqui no nosso Estado. Sobre eles passa uma ferrovia (a Ferrovia do Trigo) que ainda está em funcionamento, e por isso o acesso ao viaduto e a caminhada sobre ele é proibida - já que o trem de carga que cruza esses trilhos não tem horário fixo para passar, por isso, tomem cuidado! Porém, mesmo com avisos, as placas não causam medo e muito menos impedem que as pessoas se aventurem pelos trilhos, a centenas de metros de altura. Aliás, muitos aventureiros fazem uma longa caminhada ao longo dos viadutos, que pode levar alguns bons dias! (Quem sabe a gente vai numa próxima, hein?).
Como chegar
A primeira visão do V13 acontece quando chegamos em um camping, localizado literalmente embaixo do viaduto. Ali é que temos nosso primeiro “frio na barriga”, por ver pessoalmente o gigante de concreto (que é muito maior do que aparenta ser nas fotos que vimos antes de ir conhecer pessoalmente!). Nesse ponto ainda encontramos um bar e um banheiro caso precise, portanto, aproveite. Siga subindo a estrada - se estiver de carro, pode seguir com ele! - até chegar a pouquíssimos metros dos trilhos do V13. A partir desse ponto saímos do carro e seguimos a aventura a pé.
Caminhando sobre os trilhos
Assim que chegamos nos trilhos nos deparamos com duas direções possíveis a seguir: atravessar o viaduto e seus 509 metros de extensão (a nossa direita) ou entrar em um túnel TOTALMENTE escuro (a nossa esquerda). Como estávamos ansiosos, decidimos seguir logo pelo viaduto!
Quanto mais andávamos sobre ele, mais éramos hipnotizados pela junção de beleza, vista e altura apresentadas lá de cima. Ah, e não dá medo nenhum! O V13 tem o chão totalmente coberto por pedras, bem fácil de caminhar. A única maneira de olhar para baixo é indo para as muretas de proteção, nas laterais do viaduto. É uma caminhada muito agradável e bem tranquila. O silêncio de lá só é quebrado pela conversa das pessoas e pelo leve som das águas dos rios que passam lá por baixo.
Após cruzar todo o viaduto (que parece que não tem fim), continuamos nossa caminhada pelos trilhos seguintes. E aqui vai nossa dica: Leve repelente (muito, mas muito repelente!). Pois depois que cruzar o viaduto, os trilhos seguem em meio à mata, onde tem muito mosquito!
Depois de alguns minutos de caminhada nos deparamos com mais um viaduto, pouco conhecido, e chamado pelos aventureiros de V12. Ele tem a mesma estrutura do V13, porém é mais curto e não tão alto. Do V13 para o V12 levamos em torno de 30 minutos caminhando sobre os trilhos. Logo após o V12 nos deparamos com o primeiro túnel, que é bem curtinho e não tem mais do que 50 metros de comprimento. Esse foi o lugar escolhido da primeira parada para descanso e comilança, pois é um túnel bem fresco e arejado.
O temido Viaduto 11
Na saída do primeiro túnel já podemos começar a enxergar o tão tenebroso Viaduto 11. Aí você pergunta, tenebroso por que? Vamos explicar: esse viaduto não tem as muretas de proteção nas laterais e não tem o chão coberto! Você literalmente tem que andar se equilibrando e pisando somente nas madeiras que suportam os trilhos, isso combinado com uma altura de mais de 100 metros que ele possui! Sem contar que o trem pode passar a qualquer momento (aí, meus amigos, seria um deus nos acuda e salve-se quem puder, haha) Se isso acontecer, você pode se proteger nas espécies de refúgios de metal espalhados pelo viaduto. Se você tem medo de altura, não te aconselhamos a andar sobre esses trilhos, dá uma vertigem e um baita frio na barriga. Nós, como temos espírito aventureiro, atravessamos o temido viaduto - e ainda sentamos nas beiradas para tirar aquelas fotos épicas.
Para a nossa sorte, o trem não passou e ninguém caiu lá de cima, e assim conseguimos aproveitar bastante a vista única que o V11 proporciona. Então ali foi o limite da nossa caminhada. Sim, voltamos todo o caminho percorrido novamente. Foi quase uma hora de caminhada para chegar ao V11 e quase mais uma para voltar ao V13. Vá preparado pois é um pouco cansativo! Lembre-se de hidratar-se, leve bastante água!!
Os túneis
Chegando novamente ao ponto de partida, continuamos a caminhada pela esquerda, entrando no túnel (aquele que mencionamos no início do post). Logo que você entra nele só se vê escuridão, sem fim. Aqui não tem luz no fim do túnel não, literalmente. Por isso é muito importante levar lanterna ou se virar com o Led do celular.
Esse túnel é um dos muitos da ferrovia. Alguns tem mais de 600 metros de comprimento! Pode não parecer muito, mas andando devagarinho na escuridão absoluta, e sobre pedrinhas soltas que merecem cuidado, você caminha por muito tempo. O clima lá dentro é bem úmido, com água pingando do teto do túnel toda hora.
Após uns 15 minutos caminhando sem ver luz na frente e nem atrás, nós finalmente começamos a ver um pouquinho de luz lá adiante, logo após a curva do túnel. Ao nos aproximarmos pensamos que fosse o fim do túnel, mas não era. Eram umas espécies de janelas gigantes na lateral do túnel. Faça uma parada e admire mais uma vista linda dos morros e da mata lá embaixo.
Paramos, já cansados, com a intenção de voltar. Até ouvirmos o som de uma cachoeira bem pertinho de onde estávamos. Então, como de costume, desviamos nossa rota para tentar encontrar essa cachoeira. Observamos que por fora do túnel havia uma trilha de poucos metros que levava para lá. Andamos por ela e chegamos a essa cachoeira escondida na mata. A queda d’água era calma, mas valeu muito a pena aproveitar a vista e o frescor daquele lugar. Mais tarde descobrimos que terminando o túnel, existem outras trilhas que levam a pelo menos mais uma cachoeira ali perto, infelizmente, não fomos atrás dessa.
Como já estava ficando tarde, decidimos voltar e não terminar a caminhada toda no túnel sem fim. Cansados, suados, mas extremamente felizes pelo passeio realizado, pela aventura e por superar mais uma vez nossos limites (caminhar sobre o V11), Por fim, pegamos a estrada e voltamos para casa.
Ao todo, foram cerca de 5h de passeio sob os viadutos. Fizemos o trajeto em um dia ensolarado de primavera, mas eu, Maicon, já visitei o V13 em um dia frio e nublado, e garanto: ambos os climas geram paisagens e recordações incríveis!
Para quem vai visitar o V13, temos duas dicas muito importantes, válidas para qualquer aventura: leve muita água e não esqueça o repelente em casa (os mosquitos, principalmente borrachudos, atacam muito).
Resumo das informações:
❤ Onde: Vespasiano Corrêa/RS
❤ Endereço: EF-491 (Ferrovia do Trigo)
❤ Entrada: Gratuita
❤ Distância do centro da cidade: cerca de 10km❤ Trilha: Fácil, porém cansativa. Não requer grande esforço físico
❤ Mapa do centro da cidade até o início da trilha
Até a próxima aventura!
Maicon ❤ Ellen
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