Conhecendo o Viaduto 13 - O mais alto da América

novembro 24, 2018 Maicon Ritter 19 Comments

Casal no viaduto 13

O grande viaduto 13, mais conhecido como V13, com seus admiráveis 143 metros de altura, é considerado o mais alto viaduto da América. Rodeado por uma linda paisagem de matas, rios e grandes colinas, esse gigante de concreto se destaca em meio a natureza verde do Rio Grande do Sul. O V13 é a atração que leva muitos aventureiros a passarem pela pequena cidade de Vespasiano Corrêa, na serra gaúcha.

O V13 faz parte de uma série de viadutos construídos na década de 70, pelo Exército Brasileiro, aqui no nosso Estado. Sobre eles passa uma ferrovia (a Ferrovia do Trigo) que ainda está em funcionamento, e por isso o acesso ao viaduto e a caminhada sobre ele é proibida - já que o trem de carga que cruza esses trilhos não tem horário fixo para passar, por isso, tomem cuidado! Porém, mesmo com avisos, as placas não causam medo e muito menos impedem que as pessoas se aventurem pelos trilhos, a centenas de metros de altura. Aliás, muitos aventureiros fazem uma longa caminhada ao longo dos viadutos, que pode levar alguns bons dias! (Quem sabe a gente vai numa próxima, hein?).

O Viaduto 13

Como chegar  

O acesso principal para chegar ao V13 é pela própria cidade de Vespasiano Corrêa, na RS-129. A cidade fica a cerca de 170 km de distância de Porto Alegre. Após passar pelo pórtico de entrada da cidade, haverá diversas placas indicando o caminho para chegar ao viaduto. É bem fácil! Você passa pelo centrinho da cidade e depois pega um caminho de estrada de chão - que pode ser feito todo de carro. Durante o percurso fomos aproveitando as lindas paisagens de matas e plantações que preenchem o horizonte.

A primeira visão do V13 acontece quando chegamos em um camping, localizado literalmente embaixo do viaduto. Ali é que temos nosso primeiro “frio na barriga”, por ver pessoalmente o gigante de concreto (que é muito maior do que aparenta ser nas fotos que vimos antes de ir conhecer pessoalmente!). Nesse ponto ainda encontramos um bar e um banheiro caso precise, portanto, aproveite. Siga subindo a estrada - se estiver de carro, pode seguir com ele! - até chegar a pouquíssimos metros dos trilhos do V13. A partir desse ponto saímos do carro e seguimos a aventura a pé.

Ellen no Viaduto 13

Caminhando sobre os trilhos

Assim que chegamos nos trilhos nos deparamos com duas direções possíveis a seguir: atravessar o viaduto e seus 509 metros de extensão (a nossa direita) ou entrar em um túnel TOTALMENTE escuro (a nossa esquerda). Como estávamos ansiosos, decidimos seguir logo pelo viaduto!

Quanto mais andávamos sobre ele, mais éramos hipnotizados pela junção de beleza, vista e altura apresentadas lá de cima. Ah, e não dá medo nenhum! O V13 tem o chão totalmente coberto por pedras, bem fácil de caminhar. A única maneira de olhar para baixo é indo para as muretas de proteção, nas laterais do viaduto. É uma caminhada muito agradável e bem tranquila. O silêncio de lá só é quebrado pela conversa das pessoas e pelo leve som das águas dos rios que passam lá por baixo. 

Após cruzar todo o viaduto (que parece que não tem fim), continuamos nossa caminhada pelos trilhos seguintes. E aqui vai nossa dica: Leve repelente (muito, mas muito repelente!). Pois depois que cruzar o viaduto, os trilhos seguem em meio à mata, onde tem muito mosquito! 

Fotos do Viaduto 13

Depois de alguns minutos de caminhada nos deparamos com mais um viaduto, pouco conhecido, e chamado pelos aventureiros de V12. Ele tem a mesma estrutura do V13, porém é mais curto e não tão alto. Do V13 para o V12 levamos em torno de 30 minutos caminhando sobre os trilhos. Logo após o V12 nos deparamos com o primeiro túnel, que é bem curtinho e não tem mais do que 50 metros de comprimento. Esse foi o lugar escolhido da primeira parada para descanso e comilança, pois é um túnel bem fresco e arejado.


O temido Viaduto 11


Na saída do primeiro túnel já podemos começar a enxergar o tão tenebroso Viaduto 11. Aí você pergunta, tenebroso por que? Vamos explicar: esse viaduto não tem as muretas de proteção nas laterais e não tem o chão coberto! Você literalmente tem que andar se equilibrando e pisando somente nas madeiras que suportam os trilhos, isso combinado com uma altura de mais de 100 metros que ele possui! Sem contar que o trem pode passar a qualquer momento (aí, meus amigos, seria um deus nos acuda e salve-se quem puder, haha) Se isso acontecer, você pode se proteger nas espécies de refúgios de metal espalhados pelo viaduto. Se você tem medo de altura, não te aconselhamos a andar sobre esses trilhos, dá uma vertigem e um baita frio na barriga. Nós, como temos espírito aventureiro, atravessamos o temido viaduto - e ainda sentamos nas beiradas para tirar aquelas fotos épicas.

Gif do casal caminhando no Viaduto 11

Para a nossa sorte, o trem não passou e ninguém caiu lá de cima, e assim conseguimos aproveitar bastante a vista única que o V11 proporciona. Então ali foi o limite da nossa caminhada. Sim, voltamos todo o caminho percorrido novamente. Foi quase uma hora de caminhada para chegar ao V11 e quase mais uma para voltar ao V13. Vá preparado pois é um pouco cansativo! Lembre-se de hidratar-se, leve bastante água!!

Fotos do Viaduto 11

Os túneis

Chegando novamente ao ponto de partida, continuamos a caminhada pela esquerda, entrando no túnel (aquele que mencionamos no início do post). Logo que você entra nele só se vê escuridão, sem fim. Aqui não tem luz no fim do túnel não, literalmente. Por isso é muito importante levar lanterna ou se virar com o Led do celular.

Esse túnel é um dos muitos da ferrovia. Alguns tem mais de 600 metros de comprimento! Pode não parecer muito, mas andando devagarinho na escuridão absoluta, e sobre pedrinhas soltas que merecem cuidado, você caminha por muito tempo. O clima lá dentro é bem úmido, com água pingando do teto do túnel toda hora.

Após uns 15 minutos caminhando sem ver luz na frente e nem atrás, nós finalmente começamos a ver um pouquinho de luz lá adiante, logo após a curva do túnel. Ao nos aproximarmos pensamos que fosse o fim do túnel, mas não era. Eram umas espécies de janelas gigantes na lateral do túnel. Faça uma parada e admire mais uma vista linda dos morros e da mata lá embaixo.

Fotos dos túneis da Ferrovia do Trigo

Paramos, já cansados, com a intenção de voltar. Até ouvirmos o som de uma cachoeira bem pertinho de onde estávamos. Então, como de costume, desviamos nossa rota para tentar encontrar essa cachoeira. Observamos que por fora do túnel havia uma trilha de poucos metros que levava para lá. Andamos por ela e chegamos a essa cachoeira escondida na mata. A queda d’água era calma, mas valeu muito a pena aproveitar a vista e o frescor daquele lugar. Mais tarde descobrimos que terminando o túnel, existem outras trilhas que levam a pelo menos mais uma cachoeira ali perto, infelizmente, não fomos atrás dessa.

Ellen com as mãos na cascata

Ellen escorada nas paredes do túnel, olhando paisagem

Como já estava ficando tarde, decidimos voltar e não terminar a caminhada toda no túnel sem fim. Cansados, suados, mas extremamente felizes pelo passeio realizado, pela aventura e por superar mais uma vez nossos limites (caminhar sobre o V11), Por fim, pegamos a estrada e voltamos para casa.

Ao todo, foram cerca de 5h de passeio sob os viadutos. Fizemos o trajeto em um dia ensolarado de primavera, mas eu, Maicon, já visitei o V13 em um dia frio e nublado, e garanto: ambos os climas geram paisagens e recordações incríveis!

Maicon deitado nos trilhos do viaduto

Para quem vai visitar o V13, temos duas dicas muito importantes, válidas para qualquer aventura: leve muita água e não esqueça o repelente em casa (os mosquitos, principalmente borrachudos, atacam muito).

Resumo das informações:

❤ Onde: Vespasiano Corrêa/RS
❤ Endereço: EF-491 (Ferrovia do Trigo)
❤ Entrada: Gratuita
❤ Distância do centro da cidade: cerca de 10km
❤ Trilha: Fácil, porém cansativa. Não requer grande esforço físico
❤ Mapa do centro da cidade até o início da trilha

Casal se beijando nos trilhos

Até a próxima aventura!
Maicon ❤ Ellen

Tags:  RS  |  Viagem de 1 dia

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O grande viaduto 13, mais conhecido como V13, com seus admiráveis 143 metros de altura, é considerado o mais alto viaduto da América...

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Nascer do sol no Morro da Borússia

novembro 14, 2018 Ellen Machado 25 Comments

Casal vendo nascer do sol no Morro da Borússia

Quem já apreciou um nascer do sol há de concordar que é espetacular! Eu, Ellen, demorei longos 24 anos para ver um pela primeira vez. E não é porque é um fenômeno raro, afinal o sol nasce todos os dias (embora as vezes ele se esconda entre nuvens, ele nasce e está lá). Demorei por preguiça mesmo - e também por falta de companhia.

Quando o Maicon ficou sabendo que eu ainda não tinha ido ver essa obra da natureza, resolveu me levar para corrigir o problema hehe. Escolhemos ir no Morro da Borússia, em Osório, um mirante que nós não conhecíamos, em uma cidade relativamente próxima a Porto Alegre.

Acordamos por volta das 04h30 da madrugada, nos arrumamos rapidinho, separamos comidas para o café da manhã e pegamos a estrada. Pouco mais de 1h30 depois, chegamos no topo do mirante. Ainda era noite e a vista nos encantou já de cara. Um visual incrível, a cidade dormindo e as luzes iluminando seus caminhos (somos apaixonados pelas luzes noturnas!). Sentamos na rampa de voo, que fica cerca de 400m acima do nível do mar, e aguardamos o nascer do sol, saboreando nosso café da manhã delicioso - tudo bem romântico!

Vista noturna do Morro da Borússia

Nascer do sol Morro da Borússia

Nossos pés com vista do Morro da Borússia ao fundo

Foi simplesmente lindo! O dia amanheceu limpo e o sol brilhou forte. Como fomos em agosto, durante a madrugada estava bastante frio, mas com a chegada do sol, logo esquentou muito rápido.

Quando saímos do Mirante nos deparamos com uma placa indicando uma cachoeira ali próxima. resolvemos desviar nossa rota e fomos atrás dela. Infelizmente, por ser o mês agosto, a propriedade onde a cachoeira se encontra estava fechada, então não pudemos visitar. Mas pesquisamos e descobrimos que ela abre durante o verão, porém a entrada é paga, e fica na propriedade da família Bertoli. Já que estávamos por lá, aproveitando as estradinhas rurais, resolvemos passear de carro sem destino (o GPS não funcionava na região, então foi literalmente sem destino), apreciando a paisagem e batendo um papo bom.

Durante a tarde fomos em Osório. Passamos pertinho dos cataventos do parque eólico e aproveitamos um pouco da pequena cidade litorânea. Foi um dia muito bem aproveitado!

Casal no Mirante Morro da Borússia

O Mirante do Morro da Borússia não fica vazio, mas não super lota. Sempre tem um grupo de amigos, famílias, casais e até doguinhos (sempre na guia pessoal!) passeando por lá. É um passeio que vale a pena ser feito. É de fácil acesso, gratuito e rende boas memórias. Mas vocês não precisam ir no nascer do sol (embora a gente recomende fortemente esse horário!), pode ir em qualquer horário do dia apreciar a vista de tirar do fôlego. Lá de cima podemos ver o parque eólico, as lagoas e as praias mais próximas. É muito lindo.

Como chegar | Seguindo pela BR-101, passe por baixo do primeiro viaduto da rodovia federal, logo que acaba a Free Way. No trevo pegue a esquerda e siga as placas que indicam o caminho. São cerca de 4km até o topo do morro.

Resumo das informações:

❤ Onde: Osório/RS
❤ Endereço: Estrada Romildo Bolzan
❤ Entrada: Gratuita
❤ Trajeto: pode ser feito de carro, de bicicleta ou apé. É bastante íngreme, mas a estrada é bem asfaltada e de fácil acesso

Imagem nascer do sol no Morro da Borússia

Ellen no Morro da Borússia


Até a próxima aventura!
Ellen ❤ Maicon


Tags:  RS  |  Viagem de 1 dia | Litoral Gaúcho


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Quem já apreciou um nascer do sol há de concordar que é espetacular! Eu, Ellen, demorei longos 24 anos para ver um pela primeira vez. E ...

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